segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Nota: Mês de Janeiro

Amados irmãos vocacionados e demais leitores,

Nesse mês de janeiro que chega ao fim, postamos testemunhos de alguns de nossos queridos frades e monjas carmelitas. Agradecemos de maneira especial aos Frades Carmelitas Descalços em Portugal e às Monjas Carmelitas Descalças em Curitiba que por meio de seus sites conseguimos ter acesso aos testemunhos.

Comunidade do Carmelo Nossa Senhora da Assunção e São José
Ordem dos Padres Carmelitas Desclaços em Portugal

Homenageamos na imagem de cabeçalho de nosso blog, as associadas da AVOCA que ingressaram no Carmelo no ano de 2010. Que nesse mês de fevereiro, Nosso Bom Deus desperte muito mais vocações para o Carmelo Descalço no Brasil.

Imagem de Cabeçalho do Blog (Janeiro) 

Imploro a Bênção de Deus Pai aos nossos leitores.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Testemunho: Mediadores da Vocação

A vocação é um dado da vida humana. Todos estamos chamados para a realização de pequenos projetos ou grandes ideais. A vocação tem a sua origem em Deus, no entanto Ele serve-se de mediadores, homens e mulheres, experimentados nas coisas de Deus, que captam mais rapidamente os sinais de chamado e os interpretam. São mediadores, servidores da vocação.
A voz interior que a pessoa chamada experimenta nem sempre é entendida. Precisa de ser confirmado na percepção que teve de Deus que o chamava. Entre Aquele que chama e o que está chamado a responder, há sempre uma terceira pessoa ou pessoas que ajudam a clarificar a voz de Deus que chama e a adequar a resposta do escolhido.
Este papel mediador e estimulador da resposta vocacional é normalmente chamado de promotor ou animador vocacional. Todos os que sentem a vida como vocação, todos aqueles que já deram uma resposta ao chamamento de Deus podem e devem ser servidores da vocação. Os pais, os catequistas, os padres, as religiosas, missionários… todos podemos cultivar esta sensibilidade vocacional para sabermos ler, interpretar e clarificar a voz de Jesus que continua a chamar para as mais variadas vocações, em todo o tempo e lugar. Uma das figuras bíblicas que melhor desempenha este papel de mediador da vocação é o sacerdote Heli (1 Sam 3). O jovem Samuel, segundo narra esta passagem bíblica, não identificava a voz que o chamava, levantava-se com generosidade, ia ter com Heli, mas não era capaz de responder adequadamente. Então, este homem, experimentado nas coisas de Deus, instruiu Samuel sobre a forma de se colocar diante de Deus, fez um ajustado encaminhamento, dizendo-lhe: «Quando o Senhor te chamar de novo, responde-Lhe: “fala, Senhor, que o teu servo escuta!”». Só assim Samuel pode perceber que Deus o chamava para seu profeta.
Também no Novo Testamento encontramos muitos outros exemplos de mediação. Recordamos um que foi protagonizado por André relativamente a Pedro. Assim narra a passagem: «Ouvindo-o falar desta maneira os dois discípulos seguiram Jesus. André, o irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram João e seguiram Jesus. Encontrou primeiro o seu irmão Simão, e disse-lhe: “encontrámos o Messias!” – que quer dizer Cristo. E levou-o até Jesus”. (Jo, 1, 37. 40-42). Precisamos quem nos fale de Jesus, precisamos de alguém que nos leve até Ele, tal como o fez André.
A voz de Deus não se impõe, é suave e discreta. Ora, se não existirem na Igreja homens e mulheres habituados a tratar com Deus, a falar-Lhe, alguém que conheça a Sua voz e nos coloque à escuta, perdem-se muitas vocações. O Senhor está à porta e chama. Chama pela primeira vez e chama os já chamados mas serem mediadores e intérpretes do Seu chamado para os jovens do nosso tempo.
Também S. João da Cruz nos abre caminhos nesta missão de escutar o chamado de Deus e identificar os caminhos por onde nos quer levar. Diz-nos no início do Livro da Subida do Monte Carmelo: «Dá pena ver muitas pessoas, a quem Deus dá talento e ajuda para avançar, contentarem-se com um pobre relação com Deus por não quererem, ou não saberem, ou não terem quem as oriente e ensine a desprenderem-se daqueles começos; pois, se elas quisessem, poderiam chegar a este alto estado».

Se pensarmos que cada um de nós é instrumento escolhido para despertar, encaminhar e mediar a o chamamento do Senhor, abrir-se-á um vasto horizonte de compromisso e missão na vida de todos os cristãos.
Fr. Noé de S. Teresa Benedita da Cruz

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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Testemunho: Um chamado

Senti-me chamado a colaborar no serviço aos irmãos na obra santificadora de Cristo desde muito pequeno. Agradeço aos meus pais que, sendo evangélicos ou protestantes, permitiram que manifestasse os meus sentimentos e ajudaram-me a descobrir e seguir o meu verdadeiro caminho. Aos 12 anos separei-me dos meus pais, fui viver com os meus tios e lá encontrei um clima familiar católico que contribuiu para me decidir a seguir, servir e viver Cristo.

Uma resposta
Já tinha ouvido falar dos Carmelitas Descalços, que não têm presença em Angola. Por isso, pedi ao arcebispo D. Zacarias Kamwenho e entrei para o seminário da arquidiocese do Lubango, onde estudei Filosofia, e os meus formadores, de forma gratificante, contribuíram para o meu amadurecimento e identificação com o perfil e exigências de um futuro sacerdote. Hoje, continuo a dar resposta ao chamamento divino, na ordem dos Carmelitas, e creio ser o lugar certo. Para tal, muito contribuiu uma carmelita secular que andou em missão por terras de Angola.    
           
Uma missa
Quereria fazer-me religioso, ser ministro do culto, dando respostas às necessidades e angústias espirituais do povo, cultivar a maturidade humana, afectiva e espiritual, respeitando o pedido dos meus formadores. Como dizia Santa Teresinha, tudo fazer por amor.
Uma ordem contemplativa e activa
Pela experiência de vida pessoal, familiar e, agora, como postulante da comunidade dos irmãos da bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, estou convicto de que esta ordem contemplativa e activa é verdadeiramente uma escola mística de oração carmelitana, em que a oração comunitária e individual, o silêncio meditativo e contemplativo, a vida fraterna e o apostolado como acompanhantes de vida espiritual, traduzem-me o ícone perfeito de um estilo de vida. Por isso, vale a pena deixar tudo para vivê-la, amá-la, procurando a santificação própria e dos irmãos, procurando ser congruente com o projecto de vida.
O mundo e a Igreja  
O mundo está longe de responder à intenção e ao projecto de Cristo. A Igreja sente a necessidade de formar homens capazes de cultivar e desenvolver valores e atitudes humanas, uma vez que a graça supõe a natureza. Assim é a tradição do Carmelo Teresiano desde Santa Teresa Jesus. Saiba eu viver na honestidade, servindo e animando as comunidades numa doação alegre, e me torne espiritualmente sólido e santo para poder ajudar, com o meu contributo, a comunidade a ser santa.   
Frei Daniel de S. José

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domingo, 23 de janeiro de 2011

Testemunho: Ser Carmelita, que dom imenso


Desde que entrei no Carmelo, fiz deste pensamento de Santa Teresa o meu lema: “Juntos caminhemos, Senhor, por onde fordes irei, por onde passardes tenho que passar”; Com Jesus tudo se torna fácil, com Jesus nada se tem a temer.
Irmã Regina da Imaculada Conceição

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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Testemunho: Ser Carmelita Descalço é uma opção de valentes

VOCAÇÃO RELIGIOSA
Que poderei eu dizer de mim: que nada sei! Chamo-me Ricardo Luis Rodrigues Teixeira, tenho 31 anos, sou português, de Lousada, distrito e diocese do Porto. Nasci no seio de uma família religiosa que sempre viveu do seu trabalho. Tenho um irmão mais velho, casado.
Conheci os Carmelitas Descalços na adolescência, aos 15 anos. Este contacto inicial foi depois aprofundado através da relação com os frades e com o Carmo Jovem – Movimento de Jovens Leigos Carmelitas. Ali vivi momentos belos e profundos de aprendizagem daquilo que é o Carmelo. Com os jovens carmelitas de Portugal trago cada vez mais o Carmo no coração!
Depois de terminada a formaçao universitária, comecei a trabalhar na minha área de formação: a contabilidade. Ao longo desses anos de trabalho fui feliz pessoal e profissionalmente. Mas queria melhor. E eis que aquilo que, ao longo dos anos, me chamava no meu íntimo, se libertou e me revelou o caminho que deveria seguir: a Jesus no Carmelo!

O que mais me atraiu? — O sentido e o calor da comunidade, tendo presente o carisma que os Carmelitas Descalços receberam de São João da Cruz e Santa Teresa de Jesus. Mas o verdadeiro toque vocacional foi o perfume que Santa Teresinha do Menino Jesus em mim derramou durante a peregrinação das suas relíquias a Portugal, em finais de 2005: “no coração da minha mãe a Igreja, eu serei o Amor”. Afinal eu já servia a Igreja na minha comunidade cristã e podia agora servi-la mais alargadamente como Teresinha! Foi o que fiz.
Finalmente apaixonei-me por um carisma que me levou a uma Ordem Religiosa que, pela fraternidade, me fez encontrar com Cristo de uma forma muito mais próxima: Segui-l’O na Vida Religiosa é para mim o caminho mais radical!
A decisão de entrar no Postulantado da Ordem foi um dos momentos mais marcantes da minha vida: seja pelo local onde fiz o pedido, Fátima; seja pelo local onde o realizei, Santuário do Menino Jesus de Praga, em Avessadas.
Por fim, confesso a ansiedade que percorreu o meu coração, no dia 4 de Setembro, dia da Tomada do hábito carmelita. Na verdade, revesti-me não como quem veste um uniforme, mas vestindo o hábito de Maria, a serva humilde do Senhor, Aquela que nos deu o Salvador, que deu a sua vida por nós.
Ser Carmelita Descalço é uma opção de valentes, é ser testemunha de Deus no mundo que anda distraído d’Ele. Não é esse um serviço belo à humanidade?
Frei Ricardo Luis de S. Teresinha do Menino Jesus
noviço carmelita descalço

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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Testemunho: Como é bom ser Carmelita

Deus tem infinitos modos para revelar-nos sua vontade, usa as circunstâncias mais simples e corriqueiras da vida para atrair-nos a Si e fazer-nos participar  de seu projeto de amor.           
Conheci o Carmelo e ele se apresentou para mim como uma entrega total a Jesus era isso o que eu queria: chamado direto e imediato. Vim a Curitiba no ano 1997, com um grupo de amigos, tinha então 17 anos, participar do Gabaon, encontro de carnaval promovido pela renovação carismática católica.
Na chegada dividimo-nos e eu fiquei hospedada na casa de uma família que tinha a filha no Carmelo, até então desconhecido para mim. Na 3ª feira de carnaval vim participar da Missa no Carmelo, ao ver as Irmãs, seu canto tocou fundo no meu coração. Ao ver a alegria das Irmãs, saí dali decidida a voltar. Os preparativos foram rápidos, fiz acompanhamento e no ano seguinte entrei no Carmelo. Em outubro de 2004 fiz minha profissão solene.
A experiência destes anos vividos no Carmelo, já confirmaram no meu coração a beleza e a força de uma comunidade consagrada e reunida no nome do Senhor.


Minha juventude se enche de alegria diante de nossa missão.
Unidas com Nossa Senhora, na comunhão e no diálogo com Nosso Senhor, nos unimos a todas as realidades humanas, na simplicidade de nossa vida, no trabalho e na convivência e assim intercedemos a Deus por todos os sofrimentos e necessidades do mundo. Atentas e abertas aos irmãos, doamos tudo o que somos e fazemos para a glória de Deus.
Irmã Margarete de Jesus Ressuscitado

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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Testemunho: "Saboreei-Vos e agora, tenho fome e sede de Vós"

TESTEMUNHO VOCACIONAL

Considero que Deus me chamou de muitas maneiras e com várias vozes durante a minha história de vida de 25 anos. Serviu-se de situações, acontecimentos, encontros, pessoas, livros, filmes, experiências, sentimentos, pensamentos, na alegria e na tristeza. Este chamamento misterioso, sussurante e inefável, foi «escutado» de forma mais intensa nos princípios de 2006.
Vivendo uma conversão gradual na minha vida espiritual e na oração, e ao refletir sobre a minha vida passada e o meu modo de ser, comecei a perceber que o Senhor me estava a indicar um caminho para a minha vida que me levaria até Ele de uma forma mais intensa e radical.
Recordo que, quando vi os filmes, “Irmão Sol/Irmã Lua” e “A Vida de São Patrício da Irlanda”, fiquei cativado pela Vida Religiosa. Lembro-me que depois de ver cada um destes filmes, me ajoelhei diante dum crucifixo que tinha no meu quarto e ofereci-me a Jesus Crucificado, emocionado e com grande abandono de alma, dando um Sim ao convite especial que vinha a sentir. Fazia sentido que eu entrasse na Vida Religiosa. Sentia um grande alívio e paz ao pensar ser religioso. Não tinha uma carreira ou uma profissão em mente. Nunca tive ambições materiais ou de poder. Procurava algo na vida que fosse mais além e diferente do mundanismo. Ou seja, não procurava algo mas sim Alguém que estivesse mais além. E este Alguém procurava-me também. Queria que fosse mais além, que não tivesse medo à diferença por Ele e com Ele. Foi Ele que criou o vazio que só mesmo Ele poderia preencher. Só Deus poderia satisfazer os desejos mais profundos do meu coração. Uma inquietude que só Ele poderia serenar, como diz Santo Agostinho nas suas Confissões: “Fizeste-nos, Senhor, para Vós e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em Vós... Brilhastes, cintilastes, e logo afugentastes a minha cegueira! Exalastes perfume: respirei-o..., suspirando por Vós. Saboreei-Vos e, agora, tenho fome e sede de Vós...”
Tinha passado por muitas desilusões e escuridão de espírito, mas, como diz o nosso Santo Padre, São João da Cruz: “...o passar pelas trevas acaba em grande luz.” Quando vi a Luz de Deus ao fim do túnel da minha vida sem sentido, o que podia fazer senão seguir a Luz para sair das trevas e ajudar outros a encontrar e seguir a mesma Luz. O desejo de partilhar a minha experiência de Deus foi forte desde o início e impeliu-me a anunciar a Boa Nova, principalmente aos jovens que andavam e andam perdidos e enganados por luzes falsas e ruídos hipnotizantes deste mundo, distantes da verdade e do Espírito de Deus.
O Carmelo apareceu na minha vida como um mistério. Um mistério que me seduziu e me levou a entrar neste jardim de Deus. Só sei que a página web vocacional da Província de Portugal teve uma grande influência na minha decisão de escolher a Ordem Religiosa do Carmelo Teresiano.
Senti-me bem-vindo e chamado às suas portas com estas simples palavras que me sensibilizaram: Serás bem recebido... Estás convidado a aparecer, palavras acolhedoras que nunca tinha visto noutras páginas web vocacionais de outras Ordens Religiosas.
Porquê os Carmelitas? O que mais me despertou desde sempre na Vida Religiosa foi a dimensão contemplativa. Mas, como disse, também queria anunciar a Boa Nova, partilhando os frutos da minha oração e intimidade com Deus. O Carmelo tem os dois lados da moeda. O atendimento espiritual e pastoral do sacramento da reconciliaçâo chamavam-me a atenção também. A literatura espiritual e a criatividade dos santos carmelitas atraiam-me a esta família de místicos.
A etapa vocacional em que me encontro – o noviciado – é uma fase de discernimento diário da vontade de Deus para a minha vida e uma introdução à experiência vital da Vida Religiosa carmelitana, dando corpo ao espírito do chamamento.
Preciso de tempo e paciência. Tempo para experimentar, tomar decisões e clarificar idéias; paciência com este tempo da experiência e com o meu ritmo próprio. Acredito que com o tempo, a experiência, o discernimento, a paciência, a determinação e a oração, vou assimilando o rico carisma teresiano – o espírito e vida que estou a chamado a viver. Esta sendo para mim um tempo de enamoramento da familia teresiana.
O que mais me apaixona na família dos carmelitas é o fato me tornar discípulo de Cristo segundo o estilo de Santa Teresa de Jesus e de São João da Cruz; é o fato de ser como eles um descendente “daqueles nossos santos padres do Monte Carmelo inspirados pelo espírito inflamado do profeta Elias”; e como Elias ser profeta da presença do Deus Vivo que é Amor, no meio deste mundo que não O conhece ou não O quer conhecer.
Vivo entusiasmado ao pensar que posso ser um irmão próximo dos que mais necessitam saber que há um Pai que os ama, ajudando-os a conhecer este Pai Celeste que os criaram para as grandezas da vida espiritual e teologal na intimidade com Ele. A vida interior e a intimidade com Deus despertam-me muito a atenção juntamente com os escritos e vidas exemplares dos santos do Carmelo. Dizia, por exemplo, a Ir. Elisabete da Tindade: “Como se é feliz, quando se vive na intimidade com Deus!” – é esta verdade que vou descobrindo.
Sinto que é no Carmelo Teresiano que vou encontrar esta felicidade e esta intimidade divina e assim sentir-me mais válido para o serviço da Igreja como bom filho de Teresa de Jesus, que morreu exclamando a alegria de ser Filha da Igreja. Como ela quero ser do grupo dos amigos fortes de Deus de que o mundo tanto necessita.
Frei Danny do Divino Espírito Santo
noviço carmelita teresiano
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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Testemunho: Deus é livre em sua escolha

Percebia a diferença... 
Sou uma feliz religiosa carmelita descalça, muito realizada e não me canso de agradecer a Deus a insigne graça de tão sublime vocação.
Nasci em São Paulo, meus pais, irmãos e toda a família eram protestantes, da Assembléia de Deus. Meu pai era pastor; minha casa era como que um centro de encontro dos crentes.
Desde os 6 anos, quando ia com meus irmãos - éramos dez - para a escola dominical, ao passarmos pela Igreja Católica, eu sentia verdadeira atração, muitas vezes conseguia fugir, e entrava na Igreja em plena missa, ficando abismada com tudo o que via.
Percebia uma diferença entre a igreja protestante e a Igreja Católica. Quando entrava na Igreja Católica tinha uma sensação de plenitude.  Sentia e via, então, como que o "verdadeiro Jesus" é a Verdade.
Meu pai percebeu meu procedimento, começou a me castigar severamente, humilhando-me diante dos irmãos e dos crentes, privando-me dos passeios da família, etc.
Assim mesmo era obrigada a acompanhar a todos, quando iam à igreja. Ao entrar na Escola Primária, comecei a tomar parte nas aulas de religião católica, causando admiração a minha professora, a qual conhecia toda a minha família; também aos meus irmãos e primos, brigavam comigo.

Clandestinamente...
Aos 12 anos, clandestinamente, procurei um sacerdote e uma família católica, pedindo que me ajudassem, pois queria ser batizada. O sacerdote que ouviu minhas confidências, examinou-me e achando-me bem preparada, batizou-me e deu-me a Primeira Comunhão.
Senti tanta felicidade, que chegando em casa, quase não consegui esconder minha celeste alegria, por ter recebido Jesus Eucaristíco e ser católica. Só depois de um ano minha família soube do ocorrido. Meu pai ficou tão indignado, que mudou para outra cidade, podendo, assim, esconder sua "vergonha". Nessa cidade nunca deixei de ir à missa.

O pai não me aceitou mais em casa...
Aos 17 anos, um dia voltando meu pai de sua igreja, não me encontrou em casa e ficou sabendo, que eu tinha ido à missa. Ficou tão indignado, nessa manhã, que não me aceitou mais em casa.  Minha pobre mãe, sofrendo, levou-me a outra cidade para a casa de uns amigos.
Nessa ocasião, Dom Jorge  bispo de Santo André SP, querendo abrir uma casa para crianças abandonadas, ofereceu-me para junto com algumas moças mais velhas e piedosas, tomarmos a direção da nova casa.
Lá fiquei até minha entrada para o Carmelo.
A alegria do Batismo para mim perdura até hoje.
Desde aquela época, senti o chamado para a vida claustral, já queria o Carmelo.

Aos 20 anos...
Completando 20 anos, sabendo que nessa idade meu pai não poderia tirar-me à força do Convento, entrei para o Carmelo na Capital de São Paulo. Dois anos depois, sendo noviça, saí daquele Mosteiro para a Fundação do Carmelo de Curitiba PR.

Passados 20 anos...
Passados 20 anos, meu pai, estando muito doente do coração, sentindo remorsos do que fez, veio visitar-me, com grande sacrifício por causa de sua saúde. Pediu-me perdão humildemente e ficou amigo de todas as Irmãs da comunidade. Algum tempo depois, faleceu, conformado com minha vocação religiosa, mas ainda chamando-me.

Maria Santíssima a quem muitíssimo amo...
Hoje depois de tantos anos vividos no Carmelo, sinto ainda a mesma emoção e gratidão para com Deus e Maria Santíssima, a quem muitíssimo amo, a mesma felicidade que senti no dia do meu Batismo e da primeira Comunhão, quando como disse acima, recebi a graça da vocação ao Carmelo, e quando me tornei católica, apostólica, romana.


Irmã Maria Celina do Menino Jesus

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sábado, 8 de janeiro de 2011

Testemunho: "Seduziste-me Senhor, e eu deixei-me seduzir"


Por essa altura, eu tinha terminado o curso e começado a dar aulas. Nesses primeiros anos, fui-me tornando mais consciente do chamado. Já antes havia sinais, mas não era ainda capaz de os compreender. Quando comecei a fazer mais silêncio, pude escutar uma Palavra dirigida a mim. Uma Palavra que é resposta às minhas perguntas e aos desejos mais profundos de cada ser humano. A vocação? No fundo é uma questão de Amor. Como todas as vocações. Há um Amor que te chama. E nós somos livres para responder. "Seduziste-me, Senhor, e eu deixei-me seduzir" - dizia eu com Jeremias (20,7). Havia outros jovens que tinham escutado a mesma Palavra e decidido viver o Evangelho. A sério. Coisa rara, neste e em todos os tempos. Já conhecíamos um pouco do mundo. Um mundo que promete muito e dá bem pouco. Que te acena com uma felicidade de "shopping". Liberdade e amores que te atam e não te salvam. E nós queríamos verdadeira liberdade. Amor sem condições. Sonhávamos e sonhamos que outro mundo é possível, porque o Reino já está no meio de nós, dentro de nós.
Carmelita? Sem dúvida. Porquê? A espiritualidade e os grandes mestres Teresa de Jesus, João da Cruz, Teresinha, Isabel da Trindade, Edith Stein... A oração contemplativa, o estilo de vida fraterno e simples, o apostolado. Estou convencido de que esta forma de viver e anunciar o Evangelho de Jesus é resposta para o nosso mundo. Um mundo em mutação contínua, onde haverá cada vez menos cristãos, mas muitos homens e mulheres que procuram aproximar-se do Mistério que nos envolve e habita.
Fr. João Rego do Menino Jesus

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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Testemunho: É dificil ser carmelita?


Não,... é preciso apenas insistir na busca.

TESTEMUNHO VOCACIONAL

Irmã Maria Flávia, tenho 29 anos, estou no Carmelo há 7 anos.
Quando eu tinha 18 anos comecei a sentir um forte chamado de Deus para me consagrar a Ele.
Com um grupo de amigas começamos a nos reunir para rezar e discernir a vocação. Depois de algum tempo rezando, entramos numa comunidade de leigos consagrados. Comunidade Âmi.
Sempre tive uma atração pelo Carmelo, mas não ousava dizer que era vocação, pois achava que o Carmelo era uma vocação sublime e que não podia ser para mim e também porque conhecia muito pouco sobre ele.
Depois que entrei na comunidade Âmi esta atração aumentou, então, desconfiada de mim mesma, resolvi procurar o Carmelo, não como vocacionada, mas como curiosa para saber o que tinha nele que me atraia tanto. Lembro que eu saí do locutório com tanta alegria que parecia que “pisava nas nuvens”.
Fui vivendo com aquele sentimento que eu não podia entender, nem explicar. Passou mais um ano e meio, e então, eu já não podendo mais esconder, procurei o coordenador da comunidade e lhe disse o que eu sentia, ele me incentivou a procurar o Carmelo e pedir para fazer uma experiência.
Quando procurei o Carmelo, como eu pouco sabia sobre a vida nele e pouco podia explicar o que me atraia, a irmã que me atendeu, pediu que eu continuasse fazendo o discernimento e voltasse no ano seguinte. Sai do locutório dizendo para Deus que se fosse da vontade dele, Ele daria um jeito. Fiz um firme propósito de esquecer o que eu sentia, entregando para Deus e evitando pensar no Carmelo.
Deus tem os seus caminhos e vai-nos levando, pouco a pouco, a conhecer sua vontade.
Passaram-se seis meses. Eu rezava pedindo que Deus me conduzisse e pedia o auxilio de Nossa Senhora.
Lembro-me que era o mês de agosto quando percebi que Deus me chamava para a vida contemplativa. Decidi sair da comunidade onde estava, e arriscar mais uma vez, procurando novamente o Carmelo.
Desta vez foi diferente, as irmãs se sentiram-se mais seguras da minha vocação.
Acolheram -me com muito carinho. Fiz um acompanhamento e entrei na clausura dia 15 de outubro de 2002 Solenidade de nossa Santa Madre Teresa de Jesus.
Digo no silencio do meu coração: Deus deu-me uma vocação maravilhosa. E descobri que  a vocação para o Carmelo é  sublime, mas não é a vocação dos santos prontos e sim daqueles que se santificam cada dia.
Louvo e bendigo a Deus pela graça de fazer a minha Profissão Solene neste ano Jubilar do nosso Carmelo.
Irmã Maria Flávia de Jesus Crucificado o.c.d.

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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Quanto as próximas postagens: Testemunhos!

Nesse novo ano, nós da AVOCA tentaremos cumprir com o prometido, apresentar um bom material para os vocacionados de todo o Brasil, e para começar bem, iremos postar testemunhos de Monjas e Frades Carmelitas Descalços durante esse mês de janeiro.